Archive for outubro 5, 2008

No barco das eleições

Ao abrir os olhos pela primeira vez na vida vi um Brasil que havia acabado de eleger seu primeiro presidente por eleições diretas após a ditadura militar. Era o ano de 1990. O presidente: Fernando Collor de Mello. Mal sabia eu que aos dois anos de idade – ainda sem noção do mundo que me cercava – ouviria meus pais comentarem durante o jantar o afastamento de Collor num processo de impeachment. Vivi no governo de Itamar Franco, vice de Collor. A grande inflação que chegaria a quase 6000% em 1993, mesmo ano em que o povo foi às urnas para escolher a forma de governo de seu país, mantendo o regime republicano e presidencialista por mais que o professor Ciro quisesse uma monarquia presidencialista Oo’.

Antes de completar meus quatro anos e ingressar na escola vi Fernando Henrique Cardoso anunciar o Plano Real e acabar com a exorbitante inflação que pairava sobre as cabeças dos brasileiros desde 1992!

Assim em 1994 meus pais foram às urnas eleger Fernando Henrique como o novo presidente, que em 1998 se reelegeu já no primeiro turno.

Com os meus dez anos achava um máximo ir com meus pais apertar os botões da urna eletrônica e ouvir o conhecido barulhinho divertido. Queria logo chegar aos dezesseis para tirar meu título e exercer a minha função como cidadã brasileira.

No ano de 2003 discuti com minhas tias as possibilidades da vitória de Lula e reclamei quando o resultado do segundo turno saía no final daquele ano. Assim como repeti a mesma reação ao saber que teríamos mais quatro anos de Lula no final de 2006 e ainda prometi para minha mãe que estaria presente como jornalista quando Lula passasse a presidência em janeiro de 2011.

Aos dezesseis já não achava tão emocionante assim votar num país onde todos são corruptos e fazem promessas sem fundo e sem a intenção de serem realizadas mais tarde. Com dezoito anos votar numa cidade onde o voto é comprado descaradamente por políticos oriundos das famílias mais importantes me trás as aulas de história em que o professor fala sobre coronelismo e voto de cabresto.

Ao tentar hoje escolher o “menos-pior” tenho em mente que as coisas vão continuar do mesmo jeito. Sem alguma alteração. Essa é a dura realidade de um país em que os políticos sempre se favorecem pelas leis que eles próprios criam ao bel-prazer sem sequer ligar se há uma pessoa precisando de algo que somente eles podem fazer, afinal, na imaginação popular fulano foi eleito para fazer valer a vontade do povo que o elegeu.

Mas sabemos que nada disso é verdade. E só nos resta – como diz meu querido Ricardo Boechat – “tocar o barco”.

Novo começo??

Novo começo??

outubro 5, 2008 at 9:13 pm 1 comentário


Quem?

Paulistana facilmente encontrada perambulando pelos números da Rua Piauí nos horários comerciais. Nascida no ano de 1990, o que me poupa trabalho de atualizar e fornece a você a oportunidade de mexer com números! Começando a exercer a função de bixete e virando foca!

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Na cabeceira da cama…

Meg Cabot - Tamanho 44 Também Não É Gorda